Ultimamente tenho pensado nas diversas formas de amar, na capacidade humana de amar em diversas etapas da vida. A verdade é que o ser humano sente necessidade de amar e ser amado. Mas tudo seria diferente, porém menos doloroso, se fossemos menos egoístas. O ser humano é por natureza um ser excessivamente egoísta. Nós só ficamos com que nos interessa, isto é, com quem nos faz sentir bem, nós só amamos alguém porque de alguma forma especial essa pessoa nos faz sentir realizados, felizes. Fico a pensar que talvez pudéssemos ser mais felizes caso não fossemos tão egoístas. Não seria mais fácil estar com alguém porque essa pessoa é feliz comigo? Porque me ama, respeita e admira? Porque é que estamos sempre mais preocupados em satisfazermos os nossos prazeres? Paixão, adrenalina, arrepios, êxtase … é exactamente isso que queremos e precisamos! Tudo isso faz-me pensar que os relacionamentos são a maior forma e prova do egoísmo. Amamos quando esta pessoa nos dá prazer logo estamos tão-somente a valorizar-nos a nós mesmos porque de contrário expulsaríamos essa pessoa de nossa vida por não causar em nós nenhum tipo de encantamento. O que acontece milhares de vezes durante um relacionamento é um perder o encanto e o interesse pelo outro e com este o “fim” da relação. E como encarar o “fim”? Como enfrentar a perda de um grande amor? Teorias existem, e conhecendo-as bem pode parecer fácil de segui-las, mas o difícil mesmo é pô-las em prática e ter sucesso. Ora, as relações acabam por milhares de razões mas o que vai garantir o nosso bem-estar em cada fim será termos bem definido o que queremos e não queremos. A verdade é que por mais correcta e sensata que seja a decisão é sempre duro. O hábito torna qualquer “fim” doloroso pelo simples motivo de haver “mudança”. Quase sempre receamos as mudanças ainda que estas sejam para o melhor. Sair da zona de conforto muitas vezes é o mais difícil a fazer. Eu sei, é tudo muito bonito em teorias, filmes, novelas, mas se você tiver consciência que em cada fim aprende muito e consequentemente se torna mais forte, e que nada na vida dura para sempre irá evitar o sofrimento e encarará a realidade de uma forma diferente, porém menos fantasmagórica. Amores vêm e vão, hoje você ama muito este pois amanhã amará muito mais aquele. Só nunca se esqueça que “não se ama quem não ouve a mesma canção”. Aceite o fim, siga de cabeça erguida e seja feliz!
P.S. : “…de amor ninguém morre, o que se pode é chorar de saudade…”
Dedico esta crónica com muito amor a alguém que merece e gosto muito. Para a minha “Charmosa Artista”.
Rafaela T. Carreira