O que fazer quando as saudades nos invadem, nos machucam, nos fazem deitar lágrimas que na maior parte das vezes lutamos para que não caiam? A nostalgia de um tempo levado pelo tempo e de um passado que não mais existe nos fazem sentir perdidos sem sabermos por que caminho optar e seguir. É difícil abandonarmos quem muito amamos. As vezes, muitas raras vezes vejo-me envolvida num passado distante, num passado que faz parte de mim, da minha história, agarro-me a ele, o peito dói, uma vontade de gritar bem alto invade-me sem permissão, sem caridade. Lembranças da velha Joaquina, minha querida avó, minha mãe, minha rainha. Como daria tudo para tê-la de novo aqui comigo, agarrar em sua mão e dizer-lhe o que nunca tive oportunidade de dizer. Quando crianças, somos invadidos de uma inocência total que não nos deixa diferenciar o bem do mal, o bonito do feio e o amor verdadeiro. Confesso que muitas vezes achava-a chata, rabugenta, mandona mas é isso que as avós são, é isso que as pessoas que muito amamos são! Ai, se eu soubesse. Ai, se eu soubesse. Como gostava de arrancar do peito a dor que deveras sinto quando penso no pouco que disse, no pouco que dei, no pouco que quis… era tão criança e não sabia amar. Mas é tarde de mais, de qualquer das formas ela já não está aqui e nem há-de voltar. Só posso dizer que aonde quer que estejas, se neste mundo te amei então amar-te-ei para todo o sempre. Tenho esperanças que um dia te encontre do outro lado mas machuca tanto não ter certeza disso, não ter certeza que um dia poderei olhar mais uma vez para os teus olhos e ter a oportunidade de dizer-te que te amo e que agradeço por tudo que fizeste por mim, por todo o amor que me deste e que eu não soube dar… Minha Mulher, minha Rainha...
São saudades, saudades, saudades, são saudades...
Rafaela T. Carreira
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